São Vicente - SP, parabéns pelos 492 anos
A origem deste topônimo, que se constitui na primeira vila oficial do Brasil, é, de uma certa maneira, controvertida. Uma das versões assevera que trinta anos após a chagada dos portugueses ao Brasil, o rei D. João III teria encarregado Martim Afonso de Souza (1500-1571), um dos donatários da nova terra, que procedesse ao conhecimento da costa sul do Brasil.
Com efeito, a 1º de janeiro de 1531, o comandante português aportaria na barra de Niterói, onde, porém, a resistência belicosa tamoia (isto é, dos tupinambás) impediu a fundação de qualquer enclave para uma futura colonização. Navegando mais ao sul, Martim Afonso singraria pela atual região de Angra dos Reis e, logo depois, por São Sebastião, entretanto no dia 22 de janeiro de 1532, numa barra a que chamou de São Vicente, por ser este o dia consagrado ao santo segundo o calendário católico. Por aí, a fundação da mais antiga cidade do Brasil se daria por obra de Martim Afonso de Souza.
Há outra versão, porém, que dá como certo que o autor deste topônimo teria sido, na verdade, Américo Vespúcio (1451-1512), o conhecido piloto italiano que acompanhou a viagem de Cristóvão Colombo (1451-1506) ao Novo Mundo. Américo, cujo nome determinou o do novo continente (América), teria passado por São Vicente, também num 22 de janeiro, só que trinta anos antes, em 1502, durante uma viagem que teria feito pela costa latino-americana. Seja ou não essa a origem do nome, a verdade é que o povoado de São Vicente só começaria a se desenvolver quando Martim Afonso, por intermédio de João Ramalho, um português degredado que já vivia entre os índios do litoral de São Paulo, firmou um acordo de paz com o chefe Tibiriçá, a principal liderança indígena da época, ao lado de Cunhambebe, chefe dos tupinambás, localizados mais ao norte do litoral.
Com Tibiriçá, foi acertado que o povoamento e a exploração ficariam restritas à zona costeira e que os colonos seriam impedidos de subir serra acima, inclusive para evitar possível conflitos com as tribos do Interior. O acordo, na prática, não durou muito e foi revogado, em 1544, por D. Ana Pimentel, mulher de Martim Afonso de Souza, e virtual governadora do Brasil na ausência do marido. Foi, de qualquer maneira, o que bastou para fazer crescer a população litorânea, fomentar sua agricultura e, em 1532, animar a que a Coroa portuguesa elevasse o povoado à categoria de vila (também em 22 de janeiro), a primeira do Brasil, e que viria a ser de grande importância para a estratégia colonial dos portugueses na nova terra.
Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pgs. 272-273.
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